O que é Dízimo?
Conversaremos sobre
o dízimo, sua importância na vida da Igreja e de cada fiel. O dízimo é
uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos
rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação
pessoal - mas também como direito - em relação à manutenção da vida da
Igreja local onde vive sua fé. O dízimo é uma forma concreta de
manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a esperança em seu
Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a caridade na vida em
comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. Pelo dízimo,
podemos viver essas três importantes virtudes cristãs, chamadas de
virtudes teologais, porque nos aproximam diretamente de Deus.
O dízimo é compromisso de cada cristão. É uma forma de devolver a Deus,
num ato de agradecimento, uma parte daquilo que se recebe. Representa a
aceitação consciente do dom de Deus e a disposição fiel de colaborar
com seu projeto de felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e
partilha, já que tudo o que temos e recebemos vem de Deus e pertence a
Deus.
Que passagens da Bíblia nos falam do Dízimo?São
muitíssimas. Por sua Palavra, Deus nos convida: a confiar nele, que é o
único Senhor de tudo; a ser-lhe agradecidos, porque ele é a fonte de
todo bem; a colaborar com ele na instauração de uma nova sociedade, em
que haja partilha e comunhão de bens, e em que não haja necessitados.
Nos textos que seguem, podemos conferir essa divina proposta. A título
de exemplo, citamos apenas algumas passagens bíblicas. Veremos,
primeiro, que os patriarcas de Israel sabiam reconhecer os dons de Deus
e lhe eram agradecidos, oferecendo-lhe a décima parte de tudo o que
possuíam: “Abraão deu ao Senhor a décima parte de tudo” (Gen. 14,20).
Jacó disse: “Eu te darei a décima parte de tudo o que me deres” (Gen.
28,22).
Através do profeta Malaquias, Javé reclama do povo a oferta do dízimo,
e lhe faz a ousada proposta de fazer a experiência do dízimo, como
sinal de confiança nas graças que somente ele, Javé, pode dar. Diz
Javé: “Vocês perguntam: Em que te enganamos?¹ No dízimo e na
contribuição. Vocês estão ameaçados de maldição, e mesmo assim estão me
enganando, vocês e a nação inteira! Tragam o dízimo completo para o
cofre do Templo, para que haja alimento em meu Templo. Façam essa
experiência comigo. Vocês hão de ver, então, que abrirei as comportas
do céu, e derramarei sobre vocês as minhas bênçãos de fartura” (MI
3,8-10).
Quanto se deve oferecer de dízimo?
Deve-se ofertar a Deus o que mandar o nosso coração e o que a nossa
consciência falar. O Apóstolo Paulo assim escreve: Dê cada um conforme
o impulso de seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a
quem dá com alegria (2 Cor 9,7). Os israelitas davam dez por cento do
que colhiam da terra e do trabalho. Daí vem a palavra dízimo, que
significa décima parte, dez por cento daquilo que se ganha. Veja como
Deus é bom. Ele lhe dá tudo. Deixa nove partes para você fazer o que
precisar e quiser, e pede retorno de somente uma parte. Assim, todos
somos convidados a ofertar de fato a décima parte. Mas é importante
perceber o seguinte: dízimo não é esmola, nem sobra, nem migalha, pois
Deus de nada precisa. Ele quer nossa gratidão. Ele quer que demos com
alegria e reconhecimento e liberdade. O que se dá com alegria faz bem
àquele que dá e àquele que recebe.
Deus quer que
ofertemos o dízimo com alegria e liberdade. Embora a palavra dízimo
tenha o significado de décima parte, ou dez por cento, cada pessoa deve
livremente definir, segundo os impulsos de seu coração, sem tristeza e
nem constrangimento, qual seja o percentual de seus ganhos que deve
destinar ao dízimo a ser entregue para a sua comunidade. No entanto, a
experiência tem comprovado que aqueles que, num passo de confiança nas
promessas divinas, optaram pelo dízimo integral, isto é, pela oferta de
10% de tudo que ganham, não se arrependeram de tê-lo feito e nem
sentiram falta em seus orçamentos. Ao contrário, sentem-se mais
abençoados que antes, quando suas contribuições eram proporcionalmente
menores. Há muitos dizimistas que dão este testemunho: quanto mais se
oferece de dízimo, mais se ganha. Pois, o dízimo é um ato de fé em
Deus, que não deixa na mão os que nele confiam. De qualquer modo, cada
dizimista deve sentir-se livre diante de Deus para fixar o percentual
de sua contribuição. O dizimista não deve preocupar-se com o que sai de
seu bolso (se muito ou pouco dinheiro), mas o que sai de seu coração
(se pouco ou muito amor a Deus e à comunidade).
O dízimo deve ser mensal, bimestral ou anual?
Em princípio, o dízimo deve ser oferecido cada vez que se recebe algo:
o salário, uma doação ou o resultado de uma venda importante. De modo
geral e prático, podemos dizer que a oferta do dízimo deve ser mensal.
Assim como você recebe seu salário todo mês, assim também mensalmente
deveria fazer sua oferta do dízimo. Por isso, é necessário educar-se
para fazer mensalmente a oferta do dízimo. Se o católico, que recebe
mensalmente o seu salário, não se educar para o dízimo mensal, ele irá
dar, uma ou outra vez, aquilo que sobrar. E isso não é dízimo, mesmo
que seja uma grande quantia. Se desse mensalmente apenas 1%, mas com
alegria e consciência, seria melhor. Sendo uma contribuição regular e
periódica, e proporcional ao ganho de cada dizimista, o dízimo deve ser
entregue na comunidade com a mesma regularidade com que acontece o
recebimento de seus ganhos. A contribuição mensal de cada dizimista
favorece também a organização da Pastoral do Dízimo, na comunidade, na
paróquia e na diocese. Sabendo quanto recebe mensalmente de dízimo, a
Igreja pode fazer seus orçamentos e previsões, bem como pode prestar
contas regulares ao povo.
Por que, para algumas pessoas, é tão difícil oferecer o Dízimo?
Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro ocupam o lugar de
Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é impossível servir a
dois senhores, adorando ao mesmo tempo a Deus e ao Dinheiro (Lc 16,13).
Mesmo assim, há cristãos que seguem a proposta do mundo. A sociedade
materialista e consumista em que vivemos nos ensina a reter,
concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos
incentivados a ter corações egoístas e fechados. O Evangelho, ao
contrário, nos ensina que só quem é generoso e não tem medo de repartir
o que possui está, de fato, aberto para acolher os benefícios de Deus.
São dois projetos bem diferentes: a sociedade consumista e egoísta ou o
Reino da partilha e da justiça. É preciso fazer uma escolha entre o
Reino de Deus e o reino do dinheiro.
O que o dízimo tem a ver com Deus?
O povo de Israel foi o primeiro povo da história humana a acreditar em
um só Deus, que governa todo o Universo. Foi também, o primeiro povo a
acreditar que, se o homem vive, é por vontade e querer desse Deus, que
criou o ser humano “à sua imagem e semelhança”. Por esse motivo passou
a fazer parte da vida desse povo a retribuição, o agradecimento. Todo
judeu oferecia a décima parte de seus bens, como retribuição dos bens
recebidos de Deus. Como nós, cristãos, temos nossas raízes nesse povo
judeu, herdamos dele certas formas de homenagear o nosso Deus, que
acreditamos ser o Pai de todas as pessoas. O dízimo é uma das mais
antigas formas de agradecimento do ser humano a Deus. Não podemos
deixar de reconhecer que, com o passar do tempo, tais formas de
retribuição foram deturpadas. O dízimo, que inicialmente era uma
necessidade de o ser humano manter sua solidariedade com seus irmãos e
irmãs, através da Igreja, passou a ser uma obrigação imposta pela
Igreja dos tempos antigos, perdendo o verdadeiro sentido que tinha no
princípio.
ANTES DE MEXER COM O BOLSO, O DÍZIMO TOCA O CORAÇÃO.
Atualmente, a Igreja
pretende redescobrir seu verdadeiro sentido para que nós cristãos
possamos entender melhor o porquê do dízimo. Ele não é invenção humana
e sim um dos mandamentos bíblicos e um excelente meio de vivermos as
três grandes virtudes chamadas teologais. As virtudes teologais são
chamadas assim, porque nos põem em relação direta com Deus ou porque
nos levam a fazer o que faz o próprio Deus. São elas: a fé, a esperança
e a caridade. Como sabemos, a Igreja é formada por pessoas que devem
unir-se em comunidade. Em outras palavras, cada membro da Igreja é e
deve sentir-se responsável pelos outros que formam a Igreja. Deus é Pai
de todos e quer a plena realização de todos. Ora, ninguém pode chegar a
essa realização sozinho. Por isso o sentido do dízimo é hoje
riquíssimo, pois é um dos meios pelos quais cada cristão demonstra sua
responsabilidade para manter a Igreja a que pertence, seja a
Igreja-Templo, como também a Igreja-Povo.
Que relação existe entre dízimo e dinheiro?
Se o dízimo fosse apenas uma campanha financeira, com vistas a
arrecadar dinheiro, não teria sentido e nem deveria existir. Por
intermédio do dízimo, o cristão reconhece que deve retribuir a Deus uma
parte dos bens que recebeu do próprio Deus. Dízimo é ato de gratidão a
Deus. Dízimo é ato de caridade e partilha para com a Igreja. Não é taxa
nem imposto que se deva pagar à Igreja, pois a Igreja não é um clube de
prestação de serviços. Dízimo não é pagamento de sacramentos ou de
serviços prestados pela Igreja ou pelo padre. Dízimo não se paga, se
oferece. Não se cobra, se recebe. Antes de mexer com o bolso, o dízimo
toca o coração. Antes de tudo, o dízimo é a manifestação da
corresponsabilidade de cada um para com a comunidade cristã, da qual
faz parte. Quando alguém devolve o dízimo, põe em prática a Palavra de
Deus que diz: “Ofertai o dízimo” (Malaquias 3,10). Portanto, ele deve
ser feito não como uma obrigação imposta, mas sim como reconhecimento
de que vem de Deus tudo o que se tem e se possui. Todas as coisas
pertencem a Deus, mesmo que estejam em poder de determinada pessoa.
Essa atitude deve levar cada um de nós à conscienti-zação de que
fazemos parte de uma comunidade pela qual cada um de nós é responsável.
Oferecer o dízimo não quer dizer isentar-se de outras responsabilidades
para com a comunidade. Pelo contrário, deve ser o início de uma nova
relação do fiel com sua Igreja, principalmente com a comunidade onde
vive.
Onde devo entregar o Dízimo?
Diz o livro do Deuteronômio: “Então, ao lugar que o Senhor, vosso Deus,
escolheu para estabelecer nele o seu nome, ali levareis todas as coisas
que vos ordeno: vossos holocaustos, vossos sacrifícios, vossos dízimos,
vossas primícias e todas as ofertas escolhidas que tiverdes prometido
por voto ao Senhor” (Dt 12,11s). O dízimo pertence a Deus e é no templo
que deve ser entregue, ou seja, na paróquia onde vivemos regularmente
nossa fé. Levar um auxílio a um pobre, fazer um donativo a uma
instituição beneficente, colaborar com campanhas de solidariedade,
contribuir com movimentos de Igreja e/ou movimentos sociais... tudo
isso são obras muito boas e agradáveis a Deus. Mas essas doações não
substituem o dízimo e não nos isentam do nosso dízimo mensal, ofertado
à paróquia onde recebemos a Palavra e os Sacramentos da salvação.
Portanto, o dízimo deve ser levado à igreja. Pode ser entregue na
secretaria paroquial, ou numa caixa de recebimento do dízimo que há na
igreja, ou ser entregue a alguém da Pastoral do Dízimo ao final das
missas e celebrações. Embora haja, em algumas paróquias, o costume de
alguns fiéis saírem pelas ruas para receberem o dízimo das famílias, o
ideal seria que cada fiel viesse à igreja trazer o seu dízimo. Os
membros da Pastoral do Dízimo podem / devem ir de casa em casa para:
levar alguma mensagem da paróquia, entregar o Jornal da Arquidiocese,
lembrar o compromisso com o dízimo, entregar o relatório mensal da
prestação de contas, etc. Mas, cada um deveria oferecer livre e
alegremente o seu dízimo na comunidade onde vive sua fé.
Que efeitos a oferta do dízimo produz na pessoa?
O dízimo é como a semente. Lançado em terreno fértil, germina e cresce,
e, com o tempo, produz frutos bons e abundantes. Com a evangelização
paroquial do dízimo, observa-se que cresce, no coração do dizimista e
na comunidade participativa, o espírito de fraternidade e de amor ao
próximo. Traços de caridade, generosidade e partilha, se evidenciam a
cada dia. Percebe-se que as pessoas, ao fazerem a experiência do
dízimo, vivenciam, em suas casas e em diferentes ambientes, o fato de
que nada lhes falta, principalmente o necessário para sua
sobrevivência. Essas pessoas perceberam o sentido e objetivo do dízimo.
Descobriram que o dízimo é um ato de louvor. É um agradecimento a Deus,
por tudo o que somos e temos. O dízimo é um compromisso com Deus, com a
Igreja e com os pobres. O dizimista é alguém que aprendeu a repartir.
Seu dízimo é uma partilha dos bens de Deus, do que se tem e não do que
sobra. Por isso, o dízimo deve vir, como diz a Bíblia, das nossas
primícias, isto é, de nossos “primeiros frutos”. Deus não precisa de
nossas coisas e do nosso dinheiro, mas quer nos educar à generosidade e
à partilha. O dízimo nos leva a imitar Deus na generosidade: educa-nos
para a vida de comunidade. O dízimo é um ato de fé em Deus e confiança
na comunidade. “Quem semeia com largueza, com largueza colhe” (2 Cor
9,6). Se você já fez a experiência do dízimo: Parabéns! Persevere
sempre... Se ainda não é dizimista: Não tenha medo. Faça a experiência
e verá a promessa de Deus se cumprir na sua vida (Malaquias 3,10-12).
Ao final de tudo, você é quem vai sair ganhando!
Para quê o dízimo, se as festas dão mais dinheiro?
As festas dão dinheiro pra quem? Para as distribuidoras de bebidas,
para os camelôs, para os supermercados que as abastecem. Uma pergunta
se faz necessária! Nossas festas de Igreja são evangelizadoras? Há um
descontentamento generalizado no interior de nossas comunidades quanto
às festas: exigem muita preparação; provocam cansaço e estresse; às
vezes criam divisões e fofocas na comunidade; roubam o tempo que
poderia ser usado na catequese, na oração, na evangelização, na
formação de novos ministros, nos grupos de reflexão; facilitam o
consumo de drogas, o exagero em bebidas e os namoros irresponsáveis;
favorecem a prática de desvio de dinheiro; desagradam os vizinhos por
causa do barulho. Muitas vezes, a condição de realizá-las passa por
relações indecentes da Igreja com empresas comerciais e poderes
públicos: vantagens, desvios de recursos públicos, doações
interesseiras. Relações em que a Igreja se vende ao mercado e ao poder.
“QUEM SAI GANHANDO, NA OFERTA DO DÍZIMO, É O PRÓPRIO DIZIMISTA!”
Além disso, as
festas distorcem o sentido bíblico de festa e disseminam a idéia de que
a Igreja é uma empresa de fazer dinheiro. Atrapalham as relações
ecumênicas, uma vez que os membros de outras igrejas cristãs nos vêem
como adoradores do deus-dinheiro e promotores de vícios. Fazer festa é
um ato profundamente bíblico e cristão. Mas não para fazer dinheiro,
nem para facilitar os vícios. As festas dos israelitas e dos primeiros
cristãos eram ocasião de celebrar a vida, a fé e a organização do povo.
Eram marcadas pelo espírito da alegria e da partilha. Não se pode nem
se deve acabar de vez com as festas. Mas, com o incentivo da Pastoral
do Dízimo e o aumento do dízimo dos fiéis, será possível diminuir
drasticamente o número delas e a preocupação que nos causam. Mais que
tudo isso, é importante considerar que o dízimo é um mandamento bíblico
e, por isso, favorece grandemente a experiência de fé em Deus e de
partilha com os irmãos.
Qual o objetivo da Equipe de Pastoral do Dízimo?Embora
a conseqüência natural da implantação do dízimo seja um crescimento na
arrecadação paroquial, o objetivo da organização da Pastoral do Dízimo
nunca deveria ter essa conotação de resolver o problema de caixa da
paróquia. Toda paróquia tem, com efeito, outras fontes de renda, que
não são o dízimo: festas, eventos promocionais, aluguéis, doações, etc.
Mas, a principal fonte de renda deve ser o dízimo. Na verdade, para
sermos fiéis à Bíblia, a única fonte deveria ser o dízimo. Conseguir
recursos para a evangelização, eis o carisma da Equipe de Pastoral do
Dízimo! Se o dízimo fosse bem organizado, não se despenderia tanta
energia, cansaços e tensões (quando não até divisões) com outras
preocupações. Mas, para que haja uma boa organização do dízimo, é
necessária muita evangelização. A Equipe de Pastoral do Dízimo tem esta
missão: conscientizar todos os paroquianos sobre sua responsabilidade
para com a comunidade paroquial onde vive e da qual faz parte. Neste
sentido, importante trabalho deve ser feito exatamente junto às
lideranças das pastorais, movimentos e grupos. Mais do que fazer
dinheiro e aumentar a renda da paróquia, o objetivo primeiro da Equipe
de Pastoral do Dízimo é: a) conscientizar os fiéis sobre a dimensão
bíblica, teológica e espiritual do dízimo; b) mostrar que o dízimo é um
ato de fé, de esperança e de caridade; c) testemunhar a alegria de uma
vida agradecida a Deus, através da oferta mensal do dízimo.
Qual é a importância da Pastoral do Dízimo para a Paróquia?
Para que aconteça uma Pastoral de Conjunto dinâmica e atuante, é
necessário que todos contribuam. A participação não é meramente
financeira, mas implica também na doação pessoal de talentos e do
próprio tempo à comunidade. A Equipe da Pastoral do Dízimo tem,
preponderantemente, o papel de conscientizar cada participante da
comunidade sobre sua responsabilidade em contribuir em todos os
sentidos para com essa mesma comunidade e toda a Igreja. Caberá à
Equipe de Pastoral do Dízimo prover a comunidade com os recursos
materiais necessários a toda a obra evangelizadora. Todo mundo sabe que
sem dinheiro não se faz nada. Para qualquer tipo de evangelização, é
preciso contar não somente com pessoas e sua boa vontade, mas também
com dinheiro. É preciso investir na formação de lideranças, na
catequese das crianças, adolescentes e jovens, em viagens e hospedagens
para cursos e estudos, no pagamento de salário justo aos padres e
outros agentes de pastoral, nos materiais para a celebração. Tudo isso,
e muito mais, deve ser bancado pela comunidade. A Igreja não vive de
subsídios do governo, nem de coletas feitas entre as grandes empresas,
nem das doações dos ricos. A Igreja vive da gratuidade de seus fiéis.
Quanto mais a comunidade puder contar com recursos financeiros, mais
ela poderá aplicar na obra evangelizadora. Conseguir esses recursos,
eis o carisma de quem participa da Equipe de Pastoral do Dízimo!
Quais as tarefas próprias da Equipe da Pastoral do Dízimo?O
papel primordial da Equipe de Pastoral do Dízimo é o de ser
conscientizadora. A ela cabe lembrar sempre aos fiéis o compromisso do
dízimo como questão de fé e de confiança na Divina Providência. Mas há
tarefas a serem executadas. Tarefas de cadastro de dizimistas,
arrecadação do dízimo ao final das missas, redação e remessa de
correspondências diversas aos dizimistas, confecção de cartazes,
visitas, participações eventuais nas celebrações comemorativas do
dízimo e muitas outras circunstâncias que podem surgir. Não se pode
esquecer de um fator muito importante: a prestação regular e periódica
de contas, das arrecadações e gastos ocorridos.
Quem pode ser membro da Equipe da Pastoral do Dízimo?
Pelo tipo de tarefas mencionadas, parece que somente deveriam membros
desta Pastoral os executivos, advogados, contadores, secretárias e
profissionais administrativos. Se considerarmos apenas as tarefas de
cadastro e organização, é provável que fosse assim, mas lembremo-nos
que a principal função da Equipe da Pastoral do Dízimo é a de ser
conscientizadora da necessidade de todos serem dizimistas. Qualquer
pessoa que tenha boa vontade e que saiba evangelizar (e isso é tarefa
de todo cristão!) pode ser membro da Equipe de Pastoral do Dízimo! Não
se pode esquecer que a Igreja não é uma empresa, um clube de serviços,
uma organização qualquer. Ela é a comunidade dos servidores de Deus,
dos seguidores de Cristo, dos instrumentos do Espírito Santo. Mais que
a nossa tarefa, conta a graça de Deus! Por isso, toda pessoa que
participa regularmente da comunidade pode ser membro da Equipe
Paroquial da Pastoral do Dízimo. A condição essencial para ser membro
da Equipe Paroquial é a de ser um dizimista consciente, o que implica
em freqüência e participação assíduas, independente de status social,
intelectual ou profissional.
Devemos fazer a nossa parte: a conscientização. E deixar que Deus opere no coração na pessoa
Em si, não é
necessário que a Equipe da Pastoral do Dízimo seja formada pelos mesmos
membros da CAEP (Comissão de Assuntos Econômicos da Paróquia). Outras
pessoas podem participar da Equipe da Pastoral do Dízimo, que tem
dinâmica e organização próprias. Mas, é importante uma relação mútua
entre ambas. Pois, o dinheiro que entra através das ofertas do Dízimo é
administrado pela CAEP. Esta deverá prestar contas das entradas e
saídas da economia da paróquia ou da comunidade. Só assim, a Equipe de
Pastoral do Dízimo poderá se apresentar com transparência e liberdade
diante dos dizimistas, para fazer-lhes a proposta evangélica do Dízimo.
A Equipe de Pastoral do Dízimo deve insistir para uma pessoa ser dizimista?
Não se deve insistir no sentido de pegar no pé. Deve-se, porém
evangelizá-la. O que devemos fazer é mostrar para a pessoa as vantagens
e deixá-la livre. Devemos ser rigorosos conosco mesmos no sentido de
sermos fiéis ao nosso Dízimo, de testemunharmos a graça de poder
oferecê-lo mensalmente, e de nos engajarmos na conscientização dos
irmãos sobre o dízimo. Oferecer a todos o máximo de informações e
testemunhos. Depois disso, deixar que Deus opere no coração na pessoa.
Devemos fazer a nossa parte: a conscientização.
Qual o objetivo da Equipe de Pastoral do Dízimo?
Muitas vezes a pessoa faz a opção pelo dízimo levada pela emoção do
momento. Passada a emoção, não se sente mais motivada a contribuir. Por
isso é importante uma conscientização que atinja o coração e a razão.
Uma pessoa conscientizada dificilmente interrompe sua contribuição; ao
contrário, a aumentará. A conscientização deve levar o dizimista a uma
decisão pessoal, espontânea, brotada do coração, a partir de uma
experiência de fé na Divina Providência e de gratidão a Deus, Criador e
Senhor de todas as coisas.
O bom dizimista não se preocupa com o dinheiro que sai do bolso, mas com o amor que sai de seu coração.
Cobrança em casa?
Dízimo não se paga,
se oferece; não se cobra, se recebe. Por fidelidade à Bíblia, deve-se
orientar para que o dizimista entregue seu dízimo na comunidade. O povo
de Deus na Bíblia, seja no Antigo, seja no Novo Testamento, ia ao
Templo fazer a oferta de seu dízimo. Se o dizimista participa da
comunidade, não há razão de alguém ir até sua casa para receber o
dízimo. Mas, é bom que a equipe visite as casas para divulgar o dízimo,
para orientar as famílias a participarem da comunidade e se tornarem
dizimistas. Através deste trabalho missionário, a equipe atrai as
famílias para a comunidade. Mais importante que ofertar o dízimo, é
participar da vida da comunidade. O dízimo é conseqüência de uma opção
por Deus, pelo Evangelho, pelo Reino, pela Igreja. Sem a vida da fé em
Deus e da união com a comunidade, o dízimo se torna um peso, uma
obrigação. Em vez de cobrar, cabe à Equipe de Pastoral do Dízimo
receber o dízimo dos fiéis. Para isso, deve prever todos os meios
possíveis: ou na secretaria paroquial; ou numa caixa coletora do
dízimo; ou marcando presença no início e final das missas e
celebrações. Quem atua na Equipe de Pastoral do Dízimo não deve
preocupar-se em atingir o bolso dos fiéis, mas o coração deles. De sua
parte, o dizimista não deve preocupar-se com o que sai de seu bolso (se
muito ou pouco), mas o que sai de seu coração (se pouco ou muito amor a
Deus e à comunidade). O problema não está no bolso, mas no coração.
E quando o dizimista atrasa?
A Equipe de Pastoral do Dízimo deve preparar uma mensagem especial para
todos os dizimistas em atraso, lembrando-lhes o compromisso que
assumiram na comunidade. Deve ser uma mensagem de lembrança e
orientação, nunca de cobrança. O melhor mesmo é fazer uma visita para
saber o que aconteceu. A Equipe de Pastoral do Dízimo deve prever
algumas maneiras de lembrar o dizimista de seu compromisso com Deus e a
Igreja. Alguns exemplos:
- a) Enviar-lhe mensalmente (ou semestralmente, pelo menos) pelo Correio, ou entregar-lhe em casa, um relatório da prestação de contas da economia da paróquia ou comunidade;
- b) Enviar-lhe pelo Correio mensagem pelo aniversário natalício e de casamento;
- c) Enviar-lhe pelo Correio mensagem de Natal e de Páscoa;
- d) Enviar-lhe pelo Correio, ou entregar-lhe em casa, o jornal ou boletim da paróquia e/ou da diocese (o Jornal da Arquidiocese é entregue pela equipe do Dízimo em muitas paróquias);
- e) Enviar-lhe pelo Correio, ou entregar-lhe em casa, o carnê, no início de cada ano;
- f) Animar mensalmente a Missa do Dizimista, oferecendo-a na intenção de todos os dizimistas, lendo, na oração dos fiéis, o nome dos dizimistas aniversariantes do mês (nascimento e casamento), entregando uma breve mensagem ao povo, entoando alguns cantos sobre o tema;
- g) Criar clima festivo na comunidade, com cafezinho ou chá para todos, após as missas e celebrações;
- h) Enfim, buscar meios criativos de manter o dizimista atento e consciente de seu compromisso.
Deve ser feita cobrança do dízimo em casa?
Se quisermos ser fiéis ao projeto de Deus, em sua revelação sobre o
dízimo, deveríamos orientar o dizimista para que entregue seu dízimo na
comunidade. Se o dizimista participa da comunidade, não há razão de
alguém ir até sua casa para receber o dízimo. Mas, é bom que a equipe
visite as casas para divulgar o dízimo, para orientar as famílias a
participarem da comunidade e se tornarem dizimistas. Através deste
trabalho missionário a equipe atrai as famílias para a comunidade
A Equipe de Pastoral do Dízimo deve prever os meios para receber o
dízimo dos fiéis:
-
a) ou na secretaria paroquial; b) ou numa caixa coletora do dízimo, colocada em local visível próximo à entrada da igreja;
- c) ou marcando presença no início e final das missas e celebrações.
Não fica ainda a
impressão de que a Pastoral do Dízimo seja na verdade uma forma de
resolver o problema da falta crônica de dinheiro nas Paróquias?
Não. A falta crônica de dinheiro nas paróquias é conseqüência da
ausência de uma sólida e segura Pastoral do Dízimo. A causa da falta de
dinheiro é o egoísmo das pessoas, é a mentalidade consumista e
dinheirista de nossa sociedade, é, enfim, a falta de conscientização da
responsabilidade de todo batizado em participar e cooperar para
sustentar a vida de sua comunidade de fé. O problema não está no bolso,
mas no coração. Quem atua na Pastoral do Dízimo não deve preocupar-se
em atingir o bolso dos fiéis, mas o coração deles. Também o dizimista
não deve preocupar-se com o que sai de seu bolso (se sai muito ou
pouco), mas o que sai de seu coração (se sai pouco ou muito amor a Deus
e à comunidade).
“Dízimo não se paga, se oferece. Dízimo não se cobra, se recebe.”
O dízimo não é uma
questão de dinheiro, de falta ou sobra de dinheiro. O dízimo é uma
questão de fé. Se a Pastoral do Dízimo realizar sua missão, não como
meio de angariar dinheiro, mas como evangelização, o povo começa a
entender. Nosso povo tem coração aberto, tem um grande amor a Deus e à
Igreja, tem desejo de participar. Mas, não admite ser enganado. Por
isso, é também importante a prestação de contas, com transparência e
constância.
Qual a palavra certa – Pagar ou oferecer o Dízimo? Cobrar ou receber o Dízimo?
Por tudo o que se viu até aqui, percebe-se que o dízimo é um ato de
liberdade. Embora a Palavra de Deus na Bíblia o apresente como
mandamento e obrigação, e até mesmo use o verbo “pagar”, é importante
lembrar que Deus nunca obriga ninguém. De fato, o dízimo é uma
obrigação. Mas uma obrigação que brota do coração agradecido. Por isso,
é muito importante mudarmos também nossa maneira de nos referirmos ao
dízimo. Se ele não é nem taxa nem imposto, ele não deve ser nem pago
nem cobrado. Se o dízimo é uma oferta agradecida, a devolução de uma
parte recebida, um ato livre de fé, esperança e caridade, então ele é
oferecido pelo fiel e recebido pela comunidade. É muito importante que
a Equipe de Pastoral do Dízimo comece a mudar o jeito de falar do
dízimo. Dízimo não se paga, se oferece. Dízimo não se cobra, se recebe.
Dízimo não é taxa, nem imposto, nem esmola. Dízimo é devolução, é
gratidão, é ato de amor a Deus, à Igreja e aos irmãos e irmãs.
Deve-se cobrar dez por cento de cada dizimista?
Não se deve cobrar nada de ninguém. O dízimo deve nascer do coração. É
verdade que a Bíblia fala em dízimo, que quer dizer exatamente dez por
cento. Mas, a Palavra de Deus não deve ser peso para ninguém. Deve-se
apenas anunciar a Palavra salvadora do Senhor e convidar as pessoas a
praticá-la, sem terem medo de se entregar totalmente à vontade de Deus
e de acreditar no seu projeto libertador. Fica na consciência das
pessoas darem o dízimo que puderem. Mesmo que não seja exatamente dez
por cento, deverá ser chamado de dízimo, porque é a oferta que tal ou
qual fiel quer e pode oferecer.
Como explicar às pessoas que o dízimo não é dinheiro para o bolso do padre?
A única maneira de fazer calar alguns preconceitos que se espalharam no
meio do povo é apresentar fielmente a prestação de contas do dízimo. É
preciso que o povo saiba para onde vai o seu dízimo. Que ele participe
das decisões quanto aos gastos, que veja as reformas da igreja, da casa
e do salão paroquial, que participe de inaugurações, que controle as
entradas e saídas das contas paroquiais. Quanto ao dinheiro para o
padre, é preciso esclarecer que o pároco e outros padres que atuam na
paróquia recebem seu salário mensal, que é, evidentemente, retirado do
dízimo. Nesse sentido, é bom lembrar o texto de 1 Cor 9,4-14, onde se
fala da justiça e da dignidade do salário para quem trabalha na
evangelização.
Pode-se aceitar outros bens em lugar do dinheiro?
Não se deve cobrar nada de ninguém. O dízimo deve nascer do coração.
Sim, desde que se trate do dízimo mensal que o fiel quiser e puder
oferecer. Isso pode acontecer sobretudo em áreas agrícolas, onde os
agricultores nem sempre têm dinheiro à mão, porque dependem das vendas
de cada safra. É preciso considerar, contudo, que esse tipo de oferta
complica bastante o trabalho da Equipe de Pastoral do Dízimo. Pois,
pode acontecer que os produtos oferecidos em espécie (alimentos, por
ex.) não tenham utilidade imediata, correndo o risco de se perderem.
Por isso, é aconselhável insistir que o dízimo seja oferecido em
dinheiro, pois assim sua aplicação é mais facilitada.
Como explicar que parte do dízimo vai para a Arquidiocese?
Deve-se entender que a Igreja é uma comunhão de pessoas reunidas em
pequenas comunidades e que estas comunidades formam uma rede, que é a
paróquia, e que as paróquias formam a diocese, e que as dioceses todas
juntas formam a Igreja de Cristo espalhada por todo o mundo. Quem
sustenta a paróquia são as comunidades. Quem sustenta a (arqui)diocese
são as paróquias. O ideal seria que o dízimo fosse repassado adiante.
Assim como os fiéis mantêm as comunidades com seu dízimo, estas
deveriam repassar o seu dízimo para a paróquia. Esta, por sua vez,
deveria repassar o seu dízimo para a diocese, e assim por diante. É
claro que do jeito que está nossa economia, ainda não é possível nos
organizar assim. Vive-se de festas, rifas, bingos, aluguéis, apólices,
exatamente porque o dízimo não é posto fielmente em prática por todos
os católicos. Uma boa evangelização sobre o dízimo nos tornaria mais
fiéis à comunhão de bens proposta pelo Evangelho.
Por que partilhar o dízimo?Quantas
vezes na vida, somos chamados a partilhar com os outros as coisas que
temos! Exemplo: Colocar o telefone ou carro à disposição do vizinho, em
momento de urgência. Partilhar alegria e tristeza com pessoas de nossa
confiança. Participar de campanhas como de agasalho, de alimentos,
mutirão e outras. Na Bíblia, nos Atos dos Apóstolos, temos o exemplo de
Barnabé. Sua história mostra como a vida em comunidade exigia a ruptura
com o espírito de posse. Na comunidade, as pessoas aprendem a confiar
de tal modo em Deus e nos irmãos e irmãs, que não precisam mais confiar
nas coisas que possuem. O fiel cristão passa a viver de modo novo. Os
bens são destinados ao uso de todos. Talvez haja ainda em nossas
comunidades quem afirme: Mas eu sou um bom católico, uma cristã
atuante, sou agente de pastoral, freqüento os Sacramentos, colaboro nas
festas da minha Igreja, participo todas as vezes que o padre convoca a
comunidade para um gesto concreto, faço mil coisas na Igreja... Mas
tudo isso pode acontecer sem que haja espírito de partilha. Há
católicos participantes que fazem tudo isso, e até de uma forma
consciente. Mas nunca experimentaram a beleza do dízimo. É isso que
está faltando em nossa Igreja, na vida de muitos católicos. Pois o
dízimo é uma experiência maravilhosa de vida. É uma forma de
experimentar Deus. Um exercício de gratidão e de confiança na Divina
Providência.
Qual a bênção que acompanha a oferta do dízimo?
A primeira impressão, para as pessoas que não têm conhecimento sobre o
dízimo, é estranha, e, às vezes, com crítica: o padre agora só quer
falar de dinheiro. Muita gente não sabe que o dízimo vem acompanhado
com uma promessa de bênção divina. Em muitas passagens da Bíblia, o
próprio Deus pede o dízimo, isto é, a décima parte do que as pessoas
têm ou produzem. Deus quer que o seu povo não confie nos bens do mundo,
mas somente no seu amor. Deus pede ao seu povo que partilhe com a
comunidade aquilo que é fruto da bondade divina.
Dízimo é oferta de gratidão a Deus e de partilha com a comunidade.
- Dízimo não é taxa, porque a Igreja não é um clube. Dízimo não é imposto, porque a Igreja não é uma sociedade qualquer. Dízimo é oferta de gratidão a Deus e de partilha com a comunidade.
- Dízimo não é pagamento antecipado por serviços que, depois, se poderia cobrar da Igreja. Como se o dizimista tivesse direito a serviços especiais! Dízimo não se paga, dízimo se oferece.
- Dízimo não se cobra, dízimo se recebe. Só Deus é o Senhor de todas as coisas. Tudo dele recebemos. Por mais que alguém entregue seu dízimo a Deus e à Igreja, nunca conseguirá passar na frente do amor de Deus por nós.
A opção pelo dízimo é
como uma colheita: nós devemos acreditar. Deus é fonte de toda a
criação e tudo o que Deus-Pai realiza nas pessoas e no mundo, ele o faz
por meio de Jesus Cristo. O dízimo é como uma semente. Nela temos a
garantia e segurança de que produzirá frutos. Os irmãos e irmãs de
nossa Igreja começarão a falar coisas novas. Olharão as construções
feitas em mutirão e dirão com alegria: isto é fruto do nosso esforço e
do nosso trabalho comunitário. Aí vamos começar a ver uma nova Igreja
ou uma nova maneira de ser Igreja. Com isso, a catequese muda, a
mentalidade e a prática egoístas se acabam e surgem os resultados. As
celebrações começam a ter mais vida. As crianças, os jovens e os
adultos se tornarão diferentes, porque serão transformados pela
confiança na Palavra de Deus e pela experiência do amor de Deus.
Pode-se dizer que todo dizimista é evangelizador?
Pela organização da Pastoral do Dízimo e pela oferta mensal do dízimo,
todos saem ganhando: a comunidade e o dizimista. A comunidade se torna
renovada e evangelizadora. Pelo dízimo, os fiéis ajudam a Igreja a
cumprir sua missão de evangelizar. Por isso, quem contribui com o
dízimo é também evangelizador. Mesmo que não possa ou não saiba
anunciar a Palavra de Deus, mesmo que não possa sair de sua casa e de
sua terra para ir pelo bairro e pelo mundo a anunciar o Evangelho, o
dizimista é um evangelizador. Porque estará sustentando a obra
evangelizadora dos agentes de pastoral, dos catequistas, dos ministros,
dos animadores de grupos de reflexão. O próprio ato de ofertar o dízimo
revela que alguém foi evangelizado e se tornou evangelizador. Com a
oferta do dízimo, a Igreja se torna também mais viva e participativa.
Terá mais motivos para celebrar sua vida e sua fé. Pelo dízimo, os
fiéis ajudam a liturgia da Igreja, colaboram para a manutenção da
Igreja, para a celebração da missa e dos outros sacramentos, para a
compra das coisas necessárias para uma celebração bonita e festiva
(paramentos, objetos sagrados, livros, folhetos, flores, velas, etc.).
Mesmo que não possa participar da equipe de liturgia e de celebração, o
dizimista é um celebrante. Sua oferta é sua celebração. Seu dízimo
acompanha o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai na cruz e que a
Igreja comemora em cada missa.
Pode-se dizer que todo dizimista é catequista?
Com a oferta do dízimo, a comunidade se torna toda ela catequizadora. É
com a oferta do dízimo de seus fiéis que a paróquia consegue comprar
todos os materiais necessários para a catequese das crianças,
adolescentes e jovens. Pelo dízimo de seus fiéis, a paróquia consegue
investir na formação permanente de seus catequistas e na formação de
novos catequistas. Por isso, quem contribui com o dízimo é catequista.
Mesmo que não saiba dar catequese, nem possa tirar um pouco de seu
tempo para esse trabalho tão central na vida da Igreja, o dizimista é
um catequista. Pois é por meio de sua oferta que a Igreja mantém essa
frente tão significativa da evangelização.
Dízimo é oferta de gratidão a Deus e de partilha com a comunidade.
Com a oferta do
dízimo de seus fiéis, a comunidade se torna solidária e samaritana. A
Igreja tem a missão de socorrer a necessidade das pessoas pobres. Ela
tem a missão de anunciar um Reino de justiça e paz. Por isso, atua em
muitas frentes de organização social. São muitas as Pastorais Sociais
que ela mantém. De mil maneiras, uma paróquia se debruça sobre as
carências do povo. O dizimista, mesmo que não tenha tempo e disposição
e carisma e coragem, para esse tipo de atividade, mesmo assim, ele é,
no fundo, um profeta, um samaritano, um transformador da realidade.
Porque é através de sua oferta que a Igreja realiza esse tipo de
atividades. Como vimos, todo dizimista, pelo simples fato de sua oferta
mensal, já é um evangelizador, um liturgista, um catequista e um agente
da pastoral social da Igreja. É claro, porém, que não basta oferecer o
dízimo. Quando se abre o bolso para repartir o dinheiro, é porque o
coração já foi aberto para repartir o tempo, as qualidades e os
talentos, a fim de se engajar na vida da Igreja e na obra da
evangelização.
Então, que assim seja!
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